sábado, 6 de agosto de 2011

Tempestade

Não posso aceitar a mediocridade de um destino escrito.
Eu, que era satisfeito e entediado, agora espero morrer de fome e de sede,
servido por comida e água abundantes,
em meio a uma terrível tempestade
trazida por ventos tão fortes
que derrubará todos os muros.
Arrancará telhados e árvores.

Assim que essa tempestade chegar, abrirei minhas portas e janelas,
porque a quero em minha sala, em meu quarto e por toda a casa.
E, quando ela se for, eu a seguirei.
Antes, porém, lançarei aos ventos dessa tempestade sementes de antigas ideias
para que, no futuro, germinem e floresçam noutros campos,
gerem novos frutos e novas sementes.

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