Não sou completo
e tenho necessidade de ser.
Como chama, o desejo me consome.
Quero ser o que não sou já,
ter o que não tenho ainda,
estar onde não estou agora,
fazer o que nunca fiz.
Quero tudo e tudo de novo.
Riqueza, fama, beleza,
bondade, sabedoria, felicidade.
De todos, tenho inveja;
de tudo, carência.
Não sou porque sou,
mas porque não sou,
porque não tenho,
porque não faço,
porque não sinto,
porque não penso.
Eu estou no outro,
consciente ou não.
Na diferença, me encontro.
Na oposição, me delimito.
Completo, eu não existo.
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